Inquérito conclui que 90% destas empresas dizem ter vantagens sobre as restantes e veem-se cada vez menos dinásticas.
Um inquérito conduzido pela Arboris apurou que mais de dois terços das empresas familiares têm acionistas inativos, quando esse número "deveria ser zero", segundo João Rodrigues Pena, fundador e managing partner da consultora que se dedica ao aconselhamento de grupos empresariais de raiz familiar em Portugal, com resultados operacionais acima dos 30 milhões de euros por ano.
Estamos a falar de um universo de 38 grupos, como Sonae, Jerónimo Martins, Corticeira Amorim, Grupo Nors, Sogrape, Pestana, Sovena, Delta, José de Melo ou Mota-Engil.
"A existência de acionistas inativos numa empresa familiar, ou seja, membros da família acionistas que não participam nas atividades do grupo, mas recebem dividendos", constitui um dos pontos negativos apontados por João Rodrigues Pena, com base no estudo realizado entre novembro e dezembro de 2021.
O gestor considera que "essas pessoas não estão ligadas emocionalmente ao grupo" e, por esse motivo, "mais facilmente poderão estar disponíveis para vender a sua parte".
Mas a consultora também identificou aspetos positivos. "Apurámos que o grupo familiar sente ter vantagens competitivas, graças à coesão entre acionistas, independentemente de o gestor executivo ser ou não da familia", sintetiza o gestor, explicando que "as empresas familiares têm uma maior capacidade de reter dividendos e canalizar os ganhos para crescimento de negócio", numa perspetiva "cada vez menos dinástica".
Fonte: JORNAL DE NOTÍCIAS